Na semana passada, Lisboa foi palco de mais uma edição do Festival Iminente, um evento que tem vindo a consolidar-se como uma das principais plataformas de expressão artística e inclusão social em Portugal. Realizado no Panorâmico de Monsanto, o festival, que combina arte urbana, música e ativismo, trouxe consigo um ambiente vibrante e cheio de energia, refletindo a diversidade e o dinamismo cultural da cidade.
Desde a sua criação em 2016, o Iminente é conhecido por reunir artistas de várias disciplinas, como música, graffiti, performance e outras formas de expressão visual e sonora. O festival deste ano não foi exceção, com uma programação intensa que contou com concertos, instalações de arte, e intervenções que abordaram temas sociais e políticos relevantes, como a sustentabilidade, a igualdade e os direitos humanos.
Com curadoria de Vhils, um dos mais conhecidos artistas urbanos do mundo, o evento foi uma verdadeira celebração da cultura urbana. Artistas emergentes e já consagrados partilharam o palco, criando uma mistura única entre diferentes estilos musicais, do hip-hop ao rock, passando pela música eletrónica e sons mais experimentais.
Para além do entretenimento, o festival continua a apostar na ideia de inclusão social. Através de uma série de atividades interativas e oficinas, o público foi incentivado a refletir sobre questões de cidadania, justiça social e urbanismo. A atmosfera era de partilha e colaboração, com espaço para o debate sobre como a arte pode ser um veículo de transformação social e de valorização dos espaços públicos.
Entre as atrações deste ano, destacou-se a instalação de arte imersiva “Cidades Invisíveis”, que ocupou o espaço central do festival, criando uma experiência sensorial que convida à introspeção sobre o futuro das cidades e o impacto das ações humanas no meio urbano.
Com uma forte ligação ao espaço público, o Festival Iminente tem muitas semelhanças com o projeto de reabilitação da praça no Lumiar, que também se foca em devolver à comunidade um local de encontro e integração. Ambos os projetos destacam-se pela participação ativa dos moradores e pela utilização da arte como motor de mudança.
Enquanto o Festival Iminente celebra a criatividade como ferramenta de inclusão, a reabilitação da praça no Lumiar segue a mesma filosofia de transformação social e revitalização comunitária, mostrando como o espaço urbano pode ser reimaginado para o benefício de todos.
Direitos da foto IG IMINENTE
Uma das grandes atrações da edição deste ano do Festival Iminente foi, sem dúvida, o palco Chelas é o Sítio, que trouxe ao centro das atenções alguns dos mais vibrantes artistas da cena musical e cultural de Chelas. Com uma curadoria especial voltada para a valorização de talentos locais, o espaço destacou-se pela sua energia única e pela forte ligação com a comunidade.
Entre os destaques estiveram os rappers C Jay e Gohu, nomes em ascensão no bairro de Chelas, que mostraram toda a potência da cultura de rua com performances intensas e marcantes. Ambos conquistaram o público com letras autênticas e beats poderosos, refletindo as realidades vividas nas periferias e a resiliência de quem encontra na música uma forma de expressão.
Outro momento de grande impacto foi a atuação de Mynda Guevara, uma das vozes mais influentes do rap crioulo em Portugal. A artista, conhecida por sua forte presença em palco e por letras que abordam temas como a luta contra o racismo e a desigualdade, proporcionou uma apresentação carregada de emoção e consciência social, deixando os presentes verdadeiramente conectados à sua mensagem.
O rapper Kosmo da Gun, também representante da área da Grande Lisboa, trouxe ao festival a sua visão única, misturando influências de hip-hop, trap e sons mais experimentais. A sua atuação, marcada pela entrega e carisma, fez o público vibrar, consolidando-o como um dos nomes a seguir na cena.
O palco Chelas é o Sítio não só se destacou pela qualidade musical, mas também pelo sentimento de orgulho local. As atuações trouxeram à tona a riqueza cultural e a capacidade de mobilização da comunidade, fazendo deste um dos momentos mais comentados do festival. O público, empolgado e energizado, demonstrou que Chelas não é apenas um bairro, mas também um berço de talentos que merecem ser celebrados em eventos de grande projeção como o Iminente.
CJAY foto tirada por