agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) Carlos Canha irá a julgamento acusado de ofensas à integridade física qualificada, sequestro agravado, abuso de poder e injúria contra Cláudia Simões, uma residente da Amadora. O caso, que será testemunhado favoravelmente pelo juiz Carlos Alexandre, tem gerado grande repercussão.
O incidente ocorreu na noite de 19 de janeiro de 2020, no Casal de São Brás, Amadora, quando Cláudia Simões, de 42 anos, se envolveu em uma altercação com a polícia devido à falta de título de transporte da filha. Segundo Simões, ela foi algemada, imobilizada e agredida por Canha, tanto no local quanto dentro do carro-patrulha, sofrendo insultos racistas e violência física que a deixaram inconsciente.
Relatórios médicos do Hospital Amadora-Sintra confirmam que Cláudia deu entrada com “trauma na face, edema, hematoma e traumatismo cranioencefálico com ferida”, evidenciando a gravidade das lesões. O comandante dos Bombeiros da Amadora também atestou o estado crítico em que a mulher foi deixada.
O agente Canha, que possui formação em artes marciais, alega ter usado técnicas de imobilização devido à resistência de Simões, afirmando ainda que foi mordido por ela e que os ferimentos apresentados por Simões foram auto-infligidos na tentativa de se libertar.
Além de responder às acusações, Cláudia Simões também será julgada por alegadas agressões ao agente da autoridade. O testemunho do juiz Carlos Alexandre, que não estava presente no incidente mas teve Canha como segurança pessoal por vários anos, poderá ser um elemento chave no desenrolar do caso.
O julgamento, que promete abordar questões de violência policial e discriminação racial, é aguardado com grande expectativa e poderá trazer importantes discussões sobre os limites da força e o papel da polícia na proteção dos cidadãos.